Saúde ocular do diabético é foco do programa Olhar Preventivo

Por: Núcleo de Oftalmologia Especializada | 27 de Julho de 2021

A Praça da Liberdade receberá, no dia 23 de junho, a primeira edição do projeto “Um olhar preventivo”, promovido pelo Núcleo de Oftalmologia Especializada, que neste ano abordará os cuidados com a visão dos pacientes diabéticos. Das 8h às 12h, todas as pessoas que passarem pelo local poderão realizar testes de glicose e retinografia do fundo de olho, tirar dúvidas com o especialista, além de fazer a medição da pressão arterial e do Índice de Massa Corporal (IMC). Haverá, ainda, exercícios de alongamento, caminhada pela praça e atrações infantis.

O diabetes é uma epidemia global, com significante morbidade e mortalidade. A retinopatia diabética é uma de suas maiores complicações, sendo a principal causa previsível de perda da visão em trabalhadores adultos na meia idade. Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes apontam em torno de 12 milhões de pacientes diabéticos no Brasil, sendo que um em cada três deles tem retinopatia, ou seja, em torno de 34,6%.

“A retinopatia diabética se desenvolve com a longa duração do diabetes e está associada a um controle inadequado da glicemia, hipertensão arterial e lípides, se manifestando após alguns anos de descontrole destes três fatores. Se não tratada, pode levar a uma redução significante da visão e até a cegueira”, explica a diretora do Núcleo de Oftalmologia Especializada, a oftalmologista Elanilze Natividade Costa.

Caso não seja evitada, a retinopatia diabética deve ser tratada com fotocoagulação a laser, para controlar a doença, tentando impedir a progressão da mesma. Alguns medicamentos anti-angiogênicos (que inibem as substâncias que estimulam o aparecimento de novos vasos) e corticoides (anti-inflamatórios) aplicados no olho também podem ser necessários.

Quando a retinopatia se torna grave, chamada de proliferativa, o uso do laser pode não ser suficiente. O procedimento recomendado pode ser então, a vitrectomia, ou seja, a retirada do material gelatinoso, o vítreo, que pode estar turvo pelo vazamento de sangue. Em qualquer um dos casos, deve ser feito o controle rigoroso da glicemia, da hipertensão arterial e das dislipidemias.

Segundo a Dra. Elanilze N. Costa, o diabético que não tem retinopatia deve fazer o exame oftalmológico anual ou, no máximo, a cada dois anos, incluindo o mapeamento de retina. Já o paciente que tem retinopatia deve se submeter aos exames oftalmológicos em um intervalo de tempo menor, que depende do estágio da patologia. “Esta é a única forma de prevenção: controle da alimentação, atividade física frequente e acompanhamento médico adequado”, ressalta.

O diagnóstico é feito essencialmente através do exame oftalmológico, com a medida da acuidade visual e do exame do fundo de olho e/ou retinografia. A doença se desenvolve ao longo do tempo em pacientes diabéticos e pode progredir de estágios leves da doença não proliferativa para estágios mais avançados.

Experiências reais

Ana Cristina Fonseca Espínola é portadora de diabetes Tipo 1 e descobriu a doença há 38 anos, quando tinha apenas 13. Mesmo com poucos recursos da medicina na época, iniciou o controle da glicose com insulina, dieta, atividade física e mudança completa na rotina. Os cuidados com a saúde fizeram com que a retinopatia diabética somente começasse a dar sinais recentemente. Ainda assim, na sua forma mais leve, que não chegou a comprometer a visão. “Minha mudança de hábitos foi fundamental para preservar minha saúde da melhor maneira possível. É preciso se cuidar, se integrar a essa nova fase da vida”, destaca.

Já Cláudia Aliprandi teve o diagnóstico do diabetes Tipo 2 aos 54 anos e, apesar do controle contínuo, a retinopatia evoluiu com maculopatia nos dois olhos e baixa da acuidade visual. Neste caso, foi necessário o tratamento com fotocoagulação, anti-angiogênico intravítreo e polímero de liberação controlada de corticoide. “Minha glicose era muito instável e chegou ao pico de 700, uma vez. Agora faço controle rigoroso, além de tomar cuidados extras com a minha alimentação. Existem muitos recursos na medicina hoje, mas temos que fazer a nossa parte, ter disciplina”, aconselha.

Saiba mais sobre a retinopatia diabética.

NOSSOS CONVÊNIOS

unimed-belo-horizonte padding-top-10
ipsm
casu
ceming-saude
copass-saude
bradesco-saude