O glaucoma é uma doença progressiva do nervo óptico capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo. É caracterizada pela degeneração de células ganglionares da retina e seus axônios, resultando em uma aparência característica do nervo óptico e perda de campo visual.
Existem vários tipos de glaucoma. Alguns podem ocorrer como uma complicação de outras doenças oculares, traumas ou uso de esteroides (os chamados Glaucomas Secundários), mas a grande maioria é "primária", ou seja, ocorre sem uma causa conhecida.
O Glaucoma Primário de Ângulo Aberto (GPAA) é o tipo mais comum de glaucoma em nosso meio e, por ser essencialmente assintomático, a melhor prevenção desse tipo de glaucoma é o exame oftalmológico periódico.
O Glaucoma Primário de Ângulo Fechado (GPAF), também conhecido como glaucoma agudo, acontece em olhos com predisposição anatômica ao fechamento do ângulo formado entre a íris e a córnea. O uso de alguns medicamentos como o topiramato, antidepressivos e relaxantes musculares, podem precipitar o fechamento nos olhos com essa predisposição. Nesse tipo de glaucoma, a pessoa costuma se apresentar com uma dor ocular intensa que pode levar rapidamente à perda da visão se não tratada.
O glaucoma causa danos progressivos à visão sem avisar ao paciente até que a doença atinja estágios mais avançados e, embora o tratamento seja eficaz em deter a doença, ela não pode reverter os danos já presentes. Portanto, a detecção precoce é essencial para evitar a deficiência visual e prevenir a progressão para cegueira. Quanto mais precoce for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de minimizar os impactos do glaucoma na visão.
O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo com mais de 20.000 casos relatados a cada ano. A estimativa é de que são 80 milhões de portadores da doença no mundo. No Brasil, estima-se atualmente que cerca de 2 milhões de pessoas sejam portadoras de glaucoma.
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O Glaucoma Congênito Primário ocorre aproximadamente em 1 em cada 35.000 recém-nascidos, e resulta de má formação do sistema de drenagem do olho. Os sinais principais são a córnea opaca e o olho crescido. O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento, essencialmente cirúrgico nesse tipo de glaucoma, seja realizado o mais rápido possível.
A fisiopatologia do Glaucoma Primário de Ângulo Aberto (GPAA) não está clara. A degeneração das células ganglionares da retina e seus axônios pode estar relacionada à suscetibilidade ou deficiência microcirculatória na cabeça do nervo óptico ou fatores da matriz extracelular que interferem na drenagem do humor aquoso. O humor aquoso é o líquido que é produzido atrás da íris e que circula através da pupila para a frente da íris, sendo drenado pelo ângulo formado entre a íris e a córnea. A variação na suscetibilidade do nervo óptico pode explicar por que a progressão da doença pode nem sempre se correlaciona com a pressão intraocular elevada.
No Glaucoma Primário de Ângulo Fechado (GPAF) ocorre o fechamento do ângulo formado entre a íris e a córnea, causando um aumento súbito da pressão intraocular.
O glaucoma é uma doença silenciosa de caráter progressivo que pode causar cegueira irreversível e atinge pessoas de qualquer idade, mas a prevalência aumenta a partir de 40 anos. O diagnóstico precoce se dá através do exame oftalmológico periódico, porém quando necessário – em casos de suspeita de glaucoma –, o médico oftalmologista pode solicitar uma avaliação mais detalhada (chamada de Propedêutica de Glaucoma) que compreende os seguintes testes:
A pressão intraocular é considerada o fator de risco mais importante para o glaucoma, e também o único tratável. Pessoas com pressão intraocular elevada possuem maior risco de desenvolver a doença. Vale lembrar que as medidas da pressão intraocular são influenciadas pela espessura da córnea. Na maioria dos casos, o glaucoma aparece após a 4ª década de vida e sua frequência aumenta com a idade. O histórico familiar para glaucoma é também um fator de risco. Os parentes de primeiro grau de pessoas com glaucoma têm 4 a 10 vezes maior risco de desenvolver glaucoma. Outros fatores de risco conhecidos são diabetes tipo 2, miopia elevada e uso prolongado de esteroides.
Se você possui mais de 40 anos e principalmente um parente de primeiro grau com suspeita ou sabidamente portador de glaucoma. Não deixe de realizar o exame oftalmológico anual. Quanto mais precoce for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de minimizar os impactos do glaucoma na visão.
Como a grande maioria dos tipos de glaucoma não apresenta sintomas em suas fases iniciais, sabemos que a melhor forma de tratamento é a prevenção. Por isso, é fundamental a realização de consultas oftalmológicas periódicas com a medida da pressão intraocular e o exame do fundo de olho.
Infelizmente não há cura para o glaucoma e a perda da visão é irreversível. O tratamento pode interromper ou retardar a progressão da doença. Geralmente esse tratamento é feito com colírios, podendo-se recorrer ao laser e à cirurgia, conforme recomendação médica. O tipo de tratamento é indicado de acordo com o tipo de glaucoma e estágio da doença, bem como a velocidade de progressão.
Somente seu médico oftalmologista pode detectar o glaucoma em seus estágios iniciais e aconselhá-lo sobre a melhor conduta e tratamento. Quanto mais precoce for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de minimizar os impactos do glaucoma.
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